Monday 23 January 2017

SOBRE SAMBAS, Sto. ANTÔNIO E FEIJOADAS...

“cuidado,
toca baixinho,
olha o samba”

(she said)

Ei. Oi.
Oi. É...

Você tava lá?
Você viu?
Que houve?
Aconteceu
alguma coisa?

Eu não sei,
parece que
aconteceu de novo...
É... foi...
até onde
me lembro,
foi o que vi,
depois passou
a presença,
já não estava
mais lá, havia
simplesmente
passado, como
algo que se encanta,
escapando da morte
pela via invisível
das veias sonoras
do samba do canto.

(Mas ela é linda né?
Que mulher bonita,
Mas você tá brilhando,
meu bem, olha só
pra isso, mas que coisa
linda...Ela é linda não é não?

É... o Ouro...respondi)

O que faço dos passos?
Persigo a sina, o ouro
e desapareço, descalço,
na esquina. Nos veremos
no próximo verão?
Talvez, talvez não.

Aconteceu de novo.

Eles andam pelas matas
vêm de Aruanda,
acho que escutam
cantar, e eu gosto
de tocar pros encantes,
posso acreditar neles.
Sei que estão comigo,
onde estivermos,
estamos juntos,
somos um. Unidos
cantos e toques,
nos encontramos.

É... aconteceu de novo.

(Outra feijoada ! ! !)

Não, com certeza, não
foi a primeira vez.

Eu me despedi
ao toque da sua
mão esquerda,
uma tão fria
e distante
despedida,
que era mais
um adeus.

Aos deuses,
não se concede
menos do que são.

C.C.S. Alvarenga
Salvador,
janeiro de 2017.