Thursday 29 September 2016

Escritura e nomadismo – a voz dos ancestrais [1]



“[...] alegres,
bebamos a sóbria embriaguez do espírito[2]
(uma ebriografia do saber)


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Filosofia da ancestralidade – o corpo da voz.     Ancestralidade como filosofia – a voz do corpo.
       Pesquisa; Teoria; Tradução – Poesia.           Novelas; Romances; Ensaios – Narrativas. 

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[ “Mouvance” – Movência ]

“Mas esta interrogação é da ordem do fantasma” [...] “A morte sempre foi para mim, desde então, um pensamento por certo longínquo, mas não estranho: uma espécie de perspectiva de futuro; ela não tinha nada de mítico [...] A morte é uma amiga que virá. [...] Tal é a medida do tempo. ”

“Por isso mesmo talvez, Abelardo era meu irmão ou até mesmo meu duplo: o filósofo, o professor, o poeta, o homem aberto para o seu século e que seus contemporâneos julgaram, sempre, como intelectualmente mais ou menos marginal... .”

“Pressinto neles alguma coisa que recuso: sua aptidão a se tornarem “símbolo”, no sentido muito vago em que a linguagem corrente usa esta palavra, uma bela imagem destinada a encobrir uma verdade incongruente ou incômoda. Digamos que tenho horror à alegoria. ”

“[...] embora a autenticidade da correspondência não seja completamente assegurada, entram na esfera do que é a realidade empiricamente constatável, portanto objeto de história. A história não pode morrer. Ela sabe. ”
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O encontro com África e/ou América é sempre, para a condição de ser do europeu (de um ocidental) seu próprio mito de origem. Ou seja, seu instante de fundação e constituição de si, enquanto um ser que se projeta num outro (não-ser) que não o reflete. Espelho estilhaçado da história e que se mantém em pedaços. Paideuma.   


[1] Notas de leitura. ZUMTHOR, Paul. Escritura e nomadismo: entrevistas e ensaios / Paul Zumthor; tradução Jerusa Pires Ferreira, Sonia Queiroz. – Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2005,
[2] Hino de monges medievais.