no teu colo
eu sou
a cria, a ceia,
uma sereia
eu seria
no teu colo
a cura da criatura
– eu colho –
no teu olho,
o globo
grava a gaivota
voo raso
no lago
ao lado
da canoa
que range
às ondas
e carrega
as cordas
e coroas
do reinado.
ainda no poti
pôs as cores
e fez cócegas
no nariz,
e eu ri, aqui,
sozinho mesmo,
porque
entraste
no ninho,
e fizeste
morada
em meu
caminho,
e naquela
mirada
deixei de
ver-me
e passei
a ver-te
(verde
pasmo)
e ouvir-te
em vez
de ser-me,
e tu e teu
tato, língua
no palato, eu
colho às folhas
a voz que vulcaniza
as horas
que ao peito
arrebato, e
simplesmente,
de ofá e laço,
muiraquitã
e com vestes
de calhamaço,
no auge da aurora,
só agora, rompe-mato.
No comments:
Post a Comment