Monday 15 January 2018

poema do homem americano

Quer seja,
ou não, um
Drummond
dos últimos
dias,
ou aquele
caule quieto
feito força,
tronco robusto
de Jacarandá,
cantando
ao corte
da motosserra
seu dobre
metálico
à morte.
É certa
que aprovação
chegou
qual sol
que esquenta
as águas mornas
do mar
e vem dar na praia
piscinas naturais
de arrecifes costuradas 
de corais. Este mesmo
sol esculpiu
as pedras
na Serra
da Capivara
(as dunas
do Saara)
e cultivou
calcário covil
de raras formas
de nossa vil espécie,
porção passageira
de tudo,
culto de terras
e mortos
dos quais nos
alimentamos.
É que a
esta hora
o corpo
é petróleo,
fóssil em
osso e sal
gravado
nas paredes
laranjas cinzentas
do cerrado,
da caatinga,
dos vales
dos desterros
das memórias
e moradas
mais antigas
que o sono
da superfície
do Ocidente.
O vento esculpiu
a tinta de fogo
cobre e sangue
o redemoinho
da reviravolta
que nos conta

estas estórias.

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