A obra trabalha,
descem
das luas as navalhas,
(não
o atingem)
é cego
o arqueiro,
é livre
a
lebre.
Lança alcança a imensidade,
rompe as fronteiras das cidades
e desvenda o absurdo
abismo.
Perscruta o tempo e
suas
[histórias
conversa com o
Orixá
&
suas memórias,
num lapso,
volta
a si.
Se somente se,
for desejo, lambda:
palavra é
encantação,
lírico-espelho.
Acuda o que
despenca
re-escreve toda lenda
o
futuro de presente, o
passado mal se
sente;
supera
concorrência,
respeita as suas regras,
meu santo né de barro,
cristal de alabastro
segura o
candelabro,
o incenso
exala do turíbulo,
o ponto
por si só – corisco –
passou o
difícil, livre e
a todos
a todos
a pulsão,
cientista
da ilusão
descobre as normas
do que é líquido,
colhe nos bolsos
o improviso, balança
se equilibra no
destino.
[Ponto lança flecha seta
alvo
alvo claro negro
preto
todo sangue novo outro
sempre
(em campo ou cidade),
palavra
capital ou interior
Oxalá foi
quem mandou
as regras obedecer (e ai de
você, sinhô, se não ouvir, esse
agogô).
Preste atenção rapaz,
meu santuário é
diário,
paulatino,
aprendi desde
menino
que o dendê vou respeitar
come o alvo dia-dia,
e registra a harmonia
de seguir seu
Orixá.
Cuida-cuida-
deus escuta
breve-breve flamejar
nossa luz vou cultivar
orienta essa trilha,
que o Ogan
vai transpassar,
passo a passo
légua à légua,
vai via
viagens pela vida: qualquer lugar
é logo ali, chego
perto e estou dentro
não me engano com
veneno
de um qualquer que traga dor.
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