Thursday 22 March 2018

RAP - SABOTAGE


Eu sei, eu sei, que p/ uns (de repente?) o rap virou moda, que agora é a onda que dá grana pros jovens e tudo o mais. Só que antes de todo esse papo tem um anteparo, que foi de virada p/ lá, pra depois de cá enquanto a gente ainda engatinha. A encruzilhada cruzou caminhos e destinos, das ruas ao crime, das bocas aos palcos, ao cinema, mas tudo, tudo isso e muito mais sem esquecer a família e sua quebrada.

"Eu acho que o jovem de hoje em dia deve ler e se informar
Ver bem as coisas como são
Pra poder contestar as coisas de forma clara
Não só rimas em vão"

Como me disse Dj F3lip3 (Us Pior da Turma/Na Tora Baile System/ Ibori Records): "tá de kéké, néh?" Eu tô e quem de nós num tá, né meu mano? Vendo tanta coisa que acontece aqui e lá, por aí. (preto na rua é alvo/ fique esperto / senão entra no saco.) Então, sigo aqui fazendo o trampo, o verso passando a limpo, em silêncio e pensando, como é que aqui se escreve o Brasil e os brasis, como o que aqui não se conta, enquanto o rap se escreve.

"Algo no ar, contrariado nêgo chega
Pra reclamar fortes momentos de tristeza
De um gás que sobe (Gás que sobe)
Parceiro truta forte, ih ihh"

E o cara que segue aqui em letra e voz, abaixo, fazendo o que devemos, sempre, parece que precisou partir p/ que sua msg ficasse + forte e atual, ele até hoje ensina contra a auto-sabotagem, contra a trairagem, e faz sempre a malandragem se lembrar que "Canão foi tão bom..." num foi não? O corre é necessário, sobreviver é não pagar de otário, todo dia, porque "se não fosse os besta, os sabido não vivia".

"Quero Axé, do Brooklyn ao Canão
Vejo os irmãos e vou na fé, assim que é
Eu quero Axé, do Brooklyn ao Canão
Vejo os irmãos e vou na fé, assim que é"

S A B O T A G E, V I V E ! C A N T A N D O P R O S A N T O!

<<< Onilê, o Pai Ogum, Ai ei eô, Mãe Oxum
Filho de Zambi, cansado de ver sangue aqui na Sul
Odara, Odara ao povo preto, seja obsoleto
Talvez mais ligeiro faça tudo em segredo
A liberdade vem primeiro, meu clone, meu espelho
Sem sossego, sem emprego, no perreio, daquele jeito
Peço ao boiadeiro ouça ao meu apelo
Povo está crescendo fique atento Odin, ordene o vento
No Mar um barco pra remar tem que ter remo
Independente não de mim, mas também sim,
Vários pretos
A criançada faz do Rap seu espelho
São Cosme Damião, dê-lhês proteção
Na saída do Campão, na final do Conringão
Na passeata do Centrão, paz para o povão
Ozazie, Sheiks na Bahia Baiano
Seja escudo deste mano que se encontra em pranto
Que por engano, tretou com fulano
Hoje é seu dia, perante a lei do homem o cano
Ó senhor que gire o mundo eu peço agô pro suburbio
Existe força suprema problema pra ciência
Lá no Canão somente Deus me dá certeza
Das incertezas, inclarezas que seus filhos faz
Ôs perdoe pai, eles não são capaz de viver em paz
De forma irracionais ambiciosos
Se lembram de Jesus pra ir ao pódio
E em seus olhos vejo um ódio diabólico
A figura do senhor tá sempre em pele de leprosos
Aquele que nasceu porém, em Jerusalém
Fora traído, porque do inimigo quis o bem
Sem pesadelo, na paz ou por inteiro
Demorô aqui estou de mente afoita, ligeiro
Me dê ao menos tempo pra orar
Pedir pra Oxalá me preparar pra fama
Bate cabeça no Congar só na manha
Vou tomar banho de Abô, nas ervas de Aruanda
Quem não conhece enfim eu sei dê fama
Mas nada contra
Várias demandas arrematadas na umbanda
Zé, em quem carrego a fé desde criança
Deus menino meu pastor, console a nossa dor
Guerras, intrigas de familia é um horror
Nossa senhora olhe por todos, Jesus faz pelo povo
A Terra, a água, o mar e o ar e a natureza eu posto
Santa Clara clareou, agora aqui estou
De mente erguida vou que vou, vou no Cristo Redentor
De graças ao senhor sem dinheiro e com amor
Lutou e conquistou, culpados perdoou
Quem crucificou tentou provar que não errou se apavorou
Ao ver que Deus menino então ressuscitou <<<

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