Eu sei, eu sei,
que p/ uns (de repente?) o rap virou moda, que agora é a onda que dá grana pros
jovens e tudo o mais. Só que antes de todo esse papo tem um anteparo, que foi
de virada p/ lá, pra depois de cá enquanto a gente ainda engatinha. A
encruzilhada cruzou caminhos e destinos, das ruas ao crime, das bocas aos
palcos, ao cinema, mas tudo, tudo isso e muito mais sem esquecer a família e
sua quebrada.
"Eu acho que o jovem de
hoje em dia deve ler e se informar
Ver bem as coisas como são
Pra poder contestar as coisas
de forma clara
Não só rimas em vão"
Como me disse Dj
F3lip3 (Us Pior da Turma/Na Tora Baile System/ Ibori Records): "tá de
kéké, néh?" Eu tô e quem de nós num tá, né meu mano? Vendo tanta coisa que
acontece aqui e lá, por aí. (preto na rua é alvo/ fique esperto / senão entra
no saco.) Então, sigo aqui fazendo o trampo, o verso passando a limpo, em
silêncio e pensando, como é que aqui se escreve o Brasil e os brasis, como o
que aqui não se conta, enquanto o rap se escreve.
"Algo no ar, contrariado
nêgo chega
Pra reclamar fortes momentos
de tristeza
De um gás que sobe (Gás que
sobe)
Parceiro truta forte, ih
ihh"
E o cara que
segue aqui em letra e voz, abaixo, fazendo o que devemos, sempre, parece que
precisou partir p/ que sua msg ficasse + forte e atual, ele até hoje ensina
contra a auto-sabotagem, contra a trairagem, e faz sempre a malandragem se
lembrar que "Canão foi tão bom..." num foi não? O corre é necessário,
sobreviver é não pagar de otário, todo dia, porque "se não fosse os besta,
os sabido não vivia".
"Quero Axé, do Brooklyn
ao Canão
Vejo os irmãos e vou na fé,
assim que é
Eu quero Axé, do Brooklyn ao
Canão
Vejo os irmãos e vou na fé,
assim que é"
S A B O T A G E,
V I V E ! C A N T A N D O P R O S A N T O!
<<< Onilê, o Pai Ogum, Ai ei
eô, Mãe Oxum
Filho de Zambi, cansado de
ver sangue aqui na Sul
Odara, Odara ao povo preto,
seja obsoleto
Talvez mais ligeiro faça tudo
em segredo
A liberdade vem primeiro, meu
clone, meu espelho
Sem sossego, sem emprego, no
perreio, daquele jeito
Peço ao boiadeiro ouça ao meu
apelo
Povo está crescendo fique
atento Odin, ordene o vento
No Mar um barco pra remar tem
que ter remo
Independente não de mim, mas
também sim,
Vários pretos
A criançada faz do Rap seu
espelho
São Cosme Damião, dê-lhês
proteção
Na saída do Campão, na final
do Conringão
Na passeata do Centrão, paz
para o povão
Ozazie, Sheiks na Bahia
Baiano
Seja escudo deste mano que se
encontra em pranto
Que por engano, tretou com
fulano
Hoje é seu dia, perante a lei
do homem o cano
Ó senhor que gire o mundo eu
peço agô pro suburbio
Existe força suprema problema
pra ciência
Lá no Canão somente Deus me
dá certeza
Das incertezas, inclarezas
que seus filhos faz
Ôs perdoe pai, eles não são
capaz de viver em paz
De forma irracionais
ambiciosos
Se lembram de Jesus pra ir ao
pódio
E em seus olhos vejo um ódio
diabólico
A figura do senhor tá sempre
em pele de leprosos
Aquele que nasceu porém, em
Jerusalém
Fora traído, porque do
inimigo quis o bem
Sem pesadelo, na paz ou por
inteiro
Demorô aqui estou de mente
afoita, ligeiro
Me dê ao menos tempo pra orar
Pedir pra Oxalá me preparar
pra fama
Bate cabeça no Congar só na
manha
Vou tomar banho de Abô, nas
ervas de Aruanda
Quem não conhece enfim eu sei
dê fama
Mas nada contra
Várias demandas arrematadas
na umbanda
Zé, em quem carrego a fé
desde criança
Deus menino meu pastor, console
a nossa dor
Guerras, intrigas de familia
é um horror
Nossa senhora olhe por todos,
Jesus faz pelo povo
A Terra, a água, o mar e o ar
e a natureza eu posto
Santa Clara clareou, agora
aqui estou
De mente erguida vou que vou,
vou no Cristo Redentor
De graças ao senhor sem
dinheiro e com amor
Lutou e conquistou, culpados
perdoou
Quem crucificou tentou provar
que não errou se apavorou
Ao ver que Deus menino então
ressuscitou <<<
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